quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Marie Curie

Foto oficial do Nobel de Química em 1911 de Marie Curie e sua assinatura.

Marie Curie

A física polonesa Marie Skodowska Curie (1867-1934) é uma famosa personagem da história da ciência. Foi a primeira mulher a ganhar um prêmio Nobel, conseguindo se destacar como pesquisadora em uma época em que as universidades eram um domínio masculino. Mas qual, afinal, foi sua contribuição importante à ciência? Podemos dizer que, com a colaboração de seu marido Pierre Curie, ela “inventou” a radioatividade e descobriu novos elementos radioativos – o tório, o polônio e o rádio. Foi apenas a partir do seu trabalho que surgiu um enorme interesse pelos fenômenos radioativos e que essa área começou a se desenvolver de fato.


 Costuma-se dizer que a radioatividade foi descoberta pelo físico francês Henri Becquerel (1852-1908) em 1896. No entanto, somente dois anos depois, em 1898 o fenômeno da radioatividade foi percebido como algo totalmente novo, graças às pesquisas de Marie Curie e seu marido, o físico francês Pierre Curie (1859-1906). Vamos contar essa história. 



                                O INÍCIO NA VIDA ACADÊMICA

Casa onde nasceu Marie Curie. em Varsóvia.
 Em 1897 aos 30 anos de idade, Marie Curie ainda era uma pessoa desconhecida. Polonesa, de família pobre, conseguiu com muitas dificuldades estudar em Paris, onde obteve as licenciaturas em Física (1893) e Matemática (1894). Casou-se no ano seguinte com Pierre Curie, um pesquisador oito anos mais velho do que Marie, experiente, que já tinha publicado importantes trabalhos experimentais (sobre a “piezoeletricidade”, um fenômeno em que cristais submetidos a tensões produzem eletricidade) e teóricos. Marie realizou suas primeiras pesquisas sobre um tema não muito interessante de física aplicada: o estudo do magnetismo de aços industriais. Em 1897, após uma gravidez difícil, nasceu sua primeira filha, Irène. Logo depois, com o apoio do marido, Marie resolveu tentar aquilo que nenhuma mulher havia ainda conseguido: um título de doutora em física, pela Sorbonne. 
O tema escolhido para o doutoramento foi a estranha radiação emitida pelos compostos de urânio, que Henri Becquerel havia descoberto dois anos antes. Nessa época, não se falava sobre “radioatividade” – essa palavra só foi inventada em meados de 1898, pela própria Marie Curie. A descoberta de Becquerel era uma coisa considerada de pequena importância. Ele notara que diversas substâncias contendo urânio emitiam certos raios invisíveis parecidos com os raios X, que atravessavam o papel e produziam manchas em chapas fotográficas. No entanto, esse fenômeno não parecia algo extraordinário: era explicado pelo próprio Becquerel como um tipo de fosforescência invisível – um fenômeno semelhante, portanto, a outros bem conhecidos. Seguindo uma sugestão do físico inglês Silvanus Thompson (1851-1916), o fenômeno era chamado de “hiperfosforescência”. Becquerel havia escrito alguns artigos curtos sobre o assunto, e depois abandonara essa linha de pesquisa, que não lhe parecia promissora, dedicando-se a outro fenômeno que, na época, lhe pareceu muito mais importante. Trabalhos publicados por diversos autores da época pareciam indicar que muitos outros materiais também emitiam radiações invisíveis capazes de produzir marcas no papel fotográfico: giz, papel comum, açúcar, e até vagalumes.

Marie Curie deve ter iniciado o estudo das radiações do urânio sem grandes expectativas. O primeiro tópico que estudou foi a condutividade elétrica do ar produzida por esses raios. Quando se coloca um composto de urânio perto de um objeto eletrizado, ele se descarrega. Em sua pesquisa, Marie Curie fez medidas desse efeito utilizando um instrumento que Pierre Curie havia inventado – um aparelho de medidas elétricas que utilizava um quartzo piezoelétrico. Não há dúvidas de que Pierre foi quem orientou os primeiros passos de Marie nessa pesquisa.

                        AS  PESQUISAS  COM  RADIOATIVIDADE

A escolha do método elétrico foi um golpe de sorte. O uso de chapas fotográficas para estudar as radiações era uma técnica inadequada, porque elas são influenciadas por inúmeros fatores: calor, pressão, umidade, efeitos químicos, etc. Enquanto apenas se utilizava chapas fotográficas, era impossível perceber que as radiações do urânio eram uma coisa diferente das outras supostas radiações invisíveis. No entanto, quando foram estudados os efeitos elétricos, foi possível perceber que o giz, o papel, o açúcar e as outras substâncias que pareciam emitir raios invisíveis não tornavam o ar condutor de eletricidade.

Marie Curie testou diversos compostos e minerais contendo urânio. Todos eles tornavam o ar condutor. O efeito observado dependia da proporção de urânio nos compostos, mas não dependia dos outros elementos presentes. Isso indicava que a emissão de radiação não estava associada à estrutura molecular ou cristalina das substâncias em questão, dependendo apenas da quantidade de átomos de urânio no material.
Marie Curie examinou um grande número de substâncias comuns, depois começou a testar sistematicamente todos os compostos químicos e minerais que existiam no laboratório da Escola Industrial de Química e Física, onde trabalhava. Inicialmente, nenhum deles parecia produzir efeitos semelhantes ao urânio. Após muitos resultados negativos, no entanto, Marie Curie encontrou a primeira novidade: os compostos de tório também produziam efeitos iguais aos do urânio.

Perceber que as radiações estudadas por Becquerel não eram uma propriedade exclusiva do urânio foi um passo importante, mas na verdade essa descoberta de Madame Curie já tinha sido antecipada: dois meses antes, o físico alemão Gerhard Schmidt (1865-1949) já tinha descoberto que o tório também emitia radiações do mesmo tipo.
Além do urânio, do tório e seus compostos, ela notou que o cério, o nióbio e o tântalo também pareciam fracamente ativos. Já se sabia que o fósforo branco também era capaz de ionizar o ar, mas Marie Curie notou que outras formas do fósforo (fósforo vermelho, ou fosfatos) não produziam o mesmo efeito e que, portanto, provavelmente se tratava de um fenômeno de natureza diferente.

Examinando diversos minerais naturais, Marie Curie notou que, como era de se esperar, todos os que continham urânio e tório emitiam as radiações ionizantes. Porém, para sua surpresa, observou que alguns minerais produziam radiações mais intensas do que o urânio ou o tório puros. A calcolita natural, por exemplo, era duas vezes mais ativa do que o urânio metálico. Isso contrastava com os resultados anteriores que indicavam que a intensidade de radiação era proporcional à quantidade de tório ou de urânio dos compostos. Para verificar se esse resultado era devido à natureza química dos materiais, Curie sintetizou um dos minerais, a calcolita (fosfato cristalisado de cobre e de urânio) a partir de substâncias químicas puras, e notou que essa calcolita artificial era tão ativa quanto outros sais de urânio, e menos ativa do que o urânio puro. Marie Curie conjeturou que esses minerais deviam conter algum outro elemento desconhecido, mais ativo do que o urânio.

                              UM  NOVO  ELEMENTO  QUÍMICO?

Esses primeiros resultados pareciam muito importantes. Pierre Curie, que até esse momento apenas acompanhava o trabalho de Marie, resolveu abandonar suas outras pesquisas e dedicar-se totalmente, com sua esposa, a esse novo tema.

A partir desse instante (abril de 1898), a pesquisa de Marie e Pierre Curie foi guiada pela hipótese de que a emissão das radiações que estava estudando era uma propriedade atômica, peculiar a certos elementos químicos. Certos elementos emitem, espontaneamente, essas radiações (são radioativos), e essa propriedade não é afetada pelo seu estado físico ou químico. Não se trata de um fenômeno parecido com a fosforescência, porque não é modificado quando se ilumina o objeto ou quando ele é mantido no escuro. Era rejeitada, assim, a hipótese da hiperfosforescência, que Becquerel adotava. Outros elementos não são radioativos e não podem adquirir a capacidade de emitir radiações. Esse era o conceito básico de radioatividade, proposto por Marie e Pierre Curie em meados de 1898. Posteriormente, essa hipótese teve que ser modificada (existe a radioatividade artificial, induzida), mas isso só ocorreu muitos anos depois.

Os minerais mais radioativos de urânio estudados por Marie Curie foram algumas amostras de pechblenda (mineral de óxido de urânio), que chegavam a ser quatro vezes mais ativas do que o urânio metálico. Baseando-se em sua hipótese, Marie e Pierre Curie suspeitaram que esses minerais poderiam conter uma pequena quantidade de outra substância fortemente ativa, e resolveram tentar isolar essa substância dos minerais, por processos químicos. Tratava-se, evidentemente, apenas de uma hipótese, que poderia se mostrar falsa. No entanto, eles resolveram investir todo seu esforço, durante os meses seguintes, nessa pesquisa.

Note-se que o elemento procurado não era nenhum dos conhecidos até então pela ciência, pois Marie já havia testado todos eles. Tratava-se, portanto, de uma tentativa extremamente ambiciosa: descobrir um novo elemento, desconhecido pelos químicos, mas existente em minerais conhecidos, e fazer isso através do estudo da radioatividade. Se a hipótese fosse confirmada, seria um resultado muito importante. Mas havia também o risco de um fracassso completo, porque afinal de contas não se sabia quase nada sobre a radioatividade.
  
Marie Curie se dedicou à separação dos elementos da pechblenda, utilizando os procedimentos químicos conhecidos e testando a radioatividade de cada substância isolada do mineral. Depois de muitos processos de separação, obteve um material que se comportava como o bismuto, sob o ponto de vista químico, mas que era fortemente radioativo – enquanto o bismuto comum não emitia radiações. Seria preciso aceitar que havia um novo elemento, desconhecido, misturado com o bismuto, ou então que uma mesma substância podia ser radioativa ou inativa, em situações diferentes. Guiados pela hipótese de que a radioatividade é uma propriedade atômica de certos elementos, os Curie estavam convencidos de que havia algo novo misturado ao bismuto. Mas como separá-lo? Como provar que existia ali um novo elemento?

                                               A  DESCOBERTA

Seguiu-se um período de muitas tentativas fracassadas. Marie e Pierre trabalharam juntos, e suas letras se alternam nos cadernos de laboratório onde eram anotadas suas idéias e experimentos. A separação completa do novo elemento não foi conseguida. No entanto, através de sucessivos processos de purificação, foi possível obter um material que ainda se parecia com o bismuto, mas que era 400 vezes mais ativo do que o urânio. Os Curie mantiveram a hipótese de que havia um novo elemento na substância que havia sido separada, e deram-lhe o nome de “polônio”, em homenagem à terra natal de Marie.
Continuando a investigar a pechblenda, com a ajuda de Georges Bémont, o casal Curie descobriu que era possível encontrar mais uma substância fortemente radioativa. Novamente, essa substância parecia difícil de ser isolada. Após uma série de reações químicas, como no caso do polônio, foi possível obter um material fortemente radioativo, mas suas propriedades químicas eram dessa vez iguais às do bário. Como no caso anterior, foi possível aumentar a concentração do material radioativo, através de processos de dissolução e precipitação, obtendo um material 900 vezes mais ativo do que o urânio puro, sem no entanto conseguir uma separação total do bário. Eles supuseram que havia um novo elemento desconhecido misturado ao bário, e deram-lhe o nome de “rádio”.

  
Continuando a investigar a pechblenda, com a ajuda de Georges Bémont, o casal Curie descobriu que era possível encontrar mais uma substância fortemente radioativa. Novamente, essa substância parecia difícil de ser isolada. Após uma série de reações químicas, como no caso do polônio, foi possível obter um material fortemente radioativo, mas suas propriedades químicas eram dessa vez iguais às do bário. Como no caso anterior, foi possível aumentar a concentração do material radioativo, através de processos de dissolução e precipitação, obtendo um material 900 vezes mais ativo do que o urânio puro, sem no entanto conseguir uma separação total do bário. Eles supuseram que havia um novo elemento desconhecido misturado ao bário, e deram-lhe o nome de “rádio”.
Para tentar demonstrar a existência dos novos elementos, os Curie imaginaram um teste decisivo: analisar o espectro dos materiais radioativos que haviam obtido. Cada elemento químico, quando vaporizado e percorrido por uma descarga elétrica, emite uma luz cujo espectro luminoso é constituído por certas linhas luminosas coloridas. A expectativa dos Curie era de que o espectro do bismuto radioativo (que supostamente continha polônio) e o do bário radioativo (que supostamente continha rádio) mostrassem linhas espectrais novas, diferentes das dos elementos conhecidos, o que seria uma importante confirmação de suas hipóteses.  
No caso do bismuto radioativo, o teste foi um fracasso. Eugène Demarçay, um químico que trabalhava com Curie na Escola, especialista em espectroscopia, fez o teste para eles. Apesar de todos os seus esforços, não conseguiu notar nenhuma raia espectral nova. No entanto, alguns meses depois, fazendo o mesmo teste com o bário radioativo, a expectativa foi confirmada: Demarçay encontrou uma raia luminosa diferente de todas as conhecidas, e que era mais visível no material mais radioativo. Essa era uma forte evidência a favor da existência do rádio, um novo elemento químico. O trabalho em que esses resultados eram apresentados foi lido na Academia de Ciências de Paris um dia depois do Natal: 26 de dezembro de 1898.


Diploma de Nobel de Física em 1903 de Marie Curie.

Com os resultados inesperados e extremamente importantes obtidos em 1898, estava aberto o caminho para os estudos que o casal Curie realizou nos anos seguintes. A linha fundamental de trabalho passou a ser a de tentar isolar o polônio e o rádio da pechblenda, procurando obter esses elementos em forma pura, para determinar suas propriedades (especialmente o peso atômico). Durante quatro anos, de 1899 a 1902, o trabalho a que eles se dedicaram – realizado em sua maior parte por Marie – foi tratar quimicamente uma tonelada de pechblenda, purificando gradualmente seus materiais radioativos. O polônio, infelizmente, conseguiu resistir a todas as tentativas que fizeram, e não foi isolado por eles. Obtiveram, no entanto, cerca de um décimo de grama de cloreto de rádio quase puro, e conseguiram determinar o peso atômico desse elemento: aproximadamente 225.

Durante esses quatro anos, a teimosia de Marie Curie não lhe permitiu desistir do trabalho, mesmo quando ele parecia não avançar. O esforço físico exigido pelo trabalho era enorme, pois ao invés de utilizar pequenos tubos de ensaio era preciso manipular baldes e caldeirões com cerca de 20 kg de material de cada vez, transportando os recipientes de um lado para o outro, fervendo os líquidos, misturando com outros, borbulhando enormes quantidades do ácido sulfídrico fedorento, etc.

                                          O  FIM  DA  CARREIRA

Marie Curie, em destaque, pensando sobre seus projetos.
Paralelamente aos esforços de Marie Curie para separar os novos elementos químicos, Pierre se dedicou a outras pesquisas sobre a radioatividade (especialmente sobre a natureza e os efeitos das radiações). Embora sempre mantivessem uma colaboração ativa, algumas vezes publicaram trabalhos isolados, como em 1903, quando Pierre mediu pela primeira vez, juntamente com André Laborde, o calor emitido espontaneamente pelo rádio – a descoberta fundamental da grande quantidade de “energia atômica” contida na matéria.
 Os estudos realizados por Marie e Pierre Curie a partir de 1898 despertaram a atenção do mundo científico para a existência de um novo fenômeno, e levaram muitos pesquisadores a se dedicar ao estudo da radioatividade. Com a descoberta do rádio, os Curie colocaram à disposição dos pesquisadores uma fonte de radiação muito mais intensa do que o urânio e o tório, permitindo novos tipos de estudos – não só físicos, mas também médicos.
 
  O trabalho do casal Curie foi sendo gradualmente reconhecido, e já em 1900 eles eram considerados como os mais importantes pesquisadores nessa área. Em 1903, enfim, Marie Curie defendeu a sua tese de doutoramento em física na Sorbonne, e foi aprovada com distinção e louvor. Em dezembro do mesmo ano, o casal Curie recebeu o reconhecimento internacional pelo seu trabalho, ganhando o prêmio Nobel de física, pela descoberta do polônio e do rádio (na verdade,meio
 prêmio Nobel, pois a outra metade foi concedida a Becquerel, pela descoberta da radioatividade).

 Em 1903 ocorreu, portanto, o coroamento das pesquisas iniciadas em 1898. Pode-se dizer que, após esse período, a contribuição científica de Marie Curie foi pequena – muito menor do que no período já descrito.
Em poucos anos, no entanto, a liderança das pesquisas sobre radioatividade passou a outras mãos. Não foram os Curie que encontraram a explicação correta dos fenômenos radioativos. A partir de 1902, o físico neo-zelandês Ernest Rutherford (1871-1937) e o químico inglês Frederick Soddy (1877-1956), trabalhando no Canadá, propuseram a teoria que aceitamos atualmente: a de que os átomos dos elementos radioativos se desintegram lentamente, emitindo radiações e se transformando em outros elementos químicos. A partir dos trabalhos de Rutherford e Soddy, a pesquisa sobre radioatividade tomou nova direção, e o trabalho pioneiro dos Curie passou a fazer parte do passado. 
 
No período posterior, Marie Curie continuou seu trabalho de pesquisadora, mas sem obter outros resultados espetaculares como os do início de sua carreira. Durante a primeira guerra mundial, dedicou-se a aplicações médicas dos raios X, e depois da guerra empenhou-se no trabalho de organizar seu laboratório, obter verbas, treinar novos pesquisadores, coordenar novas investigações e proporcionar condições de trabalho aos jovens. Depois de muitos problemas de saúde, em grande parte associados à sua exposição à radiação, acabou por falecer em 1934.

Vídeo do Trabalho:


Equipe:
Andrey Freitas Nº 5
Caion Silva Nº 7
Eric Vieira Nº 12
Ernesto Luiz Nº 13
Gabriel Viana Nº 19
Leonardo Paiva Nº 45

Svante Arrhenius

Biografia

Svante Arrhenius nasceu em Vik-Suécia.Entrou aos 8 anos na escola da Catedral de Vik, tendo proeminência em física e matemática, sendo o aluno mais jovem a graduar-se em 1876. Em seguida, sua família se transferiu para a cidade de Upsala, ingressando na Universidade da mesma cidade quando tinha 17 anos. Posteriormente estudou na Universidade de Estocolmo. Ensinou classes de física na Escola Técnica Superior desta Universidade (1891-1895), alcançando o grau de catedrático na mesma (1895-1904). Em 1904 passou a dirigir o Instituto Nobel de Química e Física (1905-1927).
Sendo estudante, preparando-se para o doutorado na Universidade de Upsala, investigou as propriedades condutoras das dissoluções eletrolíticas, que formulou em sua tese doutoral. Sua teoria afirma que nas dissoluções eletrolíticas, os compostos químicos dissolvidos, se dissociam em íons, mantendo a hipótese de que o grau de dissociação aumenta com o grau de diluição da solução, que resultou ser correta apenas para os eletrólitos fracos. Acreditando que a teoria estava errada, sua tese foi aprovada com a qualificação mínima possível. Esta teoria foi objeto de muitos ataques, especialmente por Lord Kelvin, sendo apoiada por Jacobus Van't Hoff, em cujo laboratório havia trabalhado como bolsista estrangeiro (1886-1890), e por Wilhelm Ostwald.
Posteriormente esta teoria foi aceita por todos, convertendo-se num dos pilares da físico-química, no ramo da eletroquímica. Sua concepção científica lhe valeu a obtenção do Nobel de Química de 1903, "em reconhecimento dos extraordinários serviços prestados ao avanço da química através de sua teoria da dissociação eletrolítica”.
Além disso, trabalhou em diversos ramos da físico-química, como velocidade das reações, sobre a prática da imunização e sobre astronomia. Como consequência, em 1889, descobriu que a velocidade das reações químicas aumenta com a temperatura, numa relação proporcional com a concentração de moléculas existentes.
Em 1909 foi membro estrangeiro da Royal Society. Em 1911, durante uma visita aos Estados Unidos, foi condecorado com o primeiro Prêmio Willard Gibbs e, em 1914, recebeu o Prêmio Faraday Lectureship.
Teoria:

Trabalhando na Universidade de Upsala Arrhenius realizou numerosas experiências com a passagem de corrente elétrica através de solução aquosa, e formulou a hipótese de que algumas substâncias continham partículas carregadas, os íons.
  • De Acordo com Arrhenius, determinadas substâncias quando dissolvidas em meio aquoso sofriam separação de íons preexistentes, o que tornava a substância condutora de eletricidade, um exemplo clássico é o sal de cozinha (NaCl) e da soda cáustica (NaOH)
 NaCl (aq)\rightarrow Na^+ + Cl^-\;\!
 NaOH (aq)\rightarrow Na^+ + OH^-\;\!
  • Quando um composto molecular era dissolvido em meio aquoso, não conduzia eletricidade pois não formava íons, o resultado era uma solução molecular; um bom exemplo é a amônia.
 NH_3 \rightarrow NH_3(aq)\;\!
Porém, Arrhenius observou que uma ligação covalente de hidrogênio e cloro, de modo a formar ácido clorídrico também conduzia eletricidade em meio aquoso. A conclusão foi que, como o HCl contém uma ligação covalente, os íons são formados por meio da quebra dessas moléculas por água, o que origina uma solução iônica. Esse fenômeno foi denominado ionização.
 HCl (aq) \rightarrow H^+ Cl^-;\!
De fato, estas equações são uma representação simplificada. O fenômeno da ionização ocorre pela reação entre o ácido clorídrico e as moléculas de água
 HCl + H_2O \rightarrow H_3O^+ + Cl^-;\!
Normalmente, omitimos a participação da água.
Conceito de ácido, sal e base pela Teoria de Arrhenius:

Estudos posteriores (falta referência*) (*tais estudos posteriores inexistem) levaram Arrhenius a identificar os íons presentes nessas soluções, ele elaborou as seguintes definições:
  • Ácido: substância que em solução aquosa sofre ionização, liberando como cátion somente H+
 HX \rightarrow H^+ X^n\;\!
  • Base: substância que em solução aquosa, sofre dissociação iônica, liberando como único ânion os íons OH (hidroxila)
 N(OH)_x \rightarrow N^x + OH^-\;\!
  • Sal: toda substância que em solução aquosa, sofre dissociação iônica, liberando pelo menos um cátion diferente do H+ e pelo menos um ânion diferente do OH-
 ZX \rightarrow Z^+ X^- \;\!
Svante Arrhenius fazendo seus experimentos.
Um de suas teorias. Bibliografia: Wikipedia
Equipe: Daniel Audino, Klaus, Thiago

Ernest Rutherford


Biografia:  
  Enerst Rutherford nasceu em Nelson, Nova Zelândia. No dia 30 de Agosto de 1871, em família de imigrantes britânicos. . Tinha pai escocês, James Rutherford, que havia emigrado com toda a família para Nova Zelândia em 1842. Martha Thompson, sua mãe, era professora de inglês. Tinha 11 irmãos, 7 filhos e 5 filhas. Morou um tempo no Canadá retornando a Nova Zelandia para se casar com Margrethe Norlund   Ingressou no Nelson Collegiate School com 16 anos, e graduou-se em Matemática e Física em 1893 na Universidade de Nova Zelândia, Canterbury College de Christchurch. Trabalhou como professor no Canadá, na Universidade de McGill. Apesar de físico, recebeu o Nobel de Química de 1908, por suas investigações sobre a desintegração dos elementos e a química das substâncias radioativas. Foi presidente da Royal Society de 1925 a 1930. Dirigiu o Laboratório Cavendish de 1919 até sua morte. Morreu esperando uma cirurgia de hérnia umbilical aos 66 anos.

                               

Átomos de carga positiva:

Rutherford praticou experiências de bombardeio de lâminas de ouro com partículas alfa em 1911. Ele fez uma descoberta importante, a maioria das partículas atravessava diretamente a lâmina, algumas desviavam, e outras, em quantidade muito menor (uma em cem mil), sofriam grandes desvios em sentido contrário.
A partir dessas descobertas, chegou às conclusões:
-  Sem sofrer nenhum desvio a maioria das partículas atravessavam os espaços vazios dos átomos
-  No meio do átomo existe um núcleo muito pequeno e denso, algumas partículas alfa se encontravam com esse núcleo e voltavam, sem atravessar a lâmina.
-  Sofriam desvio em sua trajetória as partículas alfas que passavam perto do núcleo e eram repelidas, por conta disso ele tem carga positiva
Rutherford acreditava, que pelo modelo atômico, o átomo é constituído por um núcleo central de cargas elétricas positivas (prótons), e outro de cargas elétricas negativas (elétrons).
Ele mostou que na pequena região do núcleo, praticamente toda massa do átomo fica concentrada
O cientista Niel Bohr o completou dois anos depois, criando o modelo planetário.

Experimento de Rutherford



Rutherford aprimorou o estudo das radioatividades:
  
   Rutherford descobriu que as radiações emitidas pelos materiais radioativos, eram de três tipos:
·        -   Um consistia em partículas negativas, que são denominadas partículas beta (elétrons)
·        - Outro tipo consistia em partículas positivas, que ele denominou de partículas alfa na depois dessas investigações, essas partículas foram identificadas com o núcleo do átomo de hélio. (continham dois prótons e dois nêutrons)
·         - O terceiro tipo de radiação é semelhante aos raios X, ou seja, uma onda eletromagnética, que ele deu o nome de raios gama.
Possibilitou o entendimento da radiação emitida pelos átomos de urânio, rádio e polônio. Com essas descobertas de radiação ele ganhou o Prêmio Nobel de Química de 1908. Os cientistas usam até hoje a explicação de radioatividade. Uma unidade de radiação foi nomeada em sua homenagem: rutherford.




Reações nucleares:

Rutherford formulou a teoria da estrutura atômica em 1911. Através disso pode ser percebida a dificuldade de obter uma reação entre núcleos, por conta da força de repulsão elétrica. Em 1919, realizou uma experiência de desintegração utilizando a emissão de partículas alfa de alta energia, e assim conseguiu pela primeira vez obter a reação de fissão nuclear. Nas reações semelhantes as de Rutherford, desde então foi observada a existência de outra partícula, o nêutron, mas só descoberta por J.Chadwick. 

Fissão nuclear



Fonte de pesquisa:



                                         
Vídeo:






Equipe:
Beatriz Úlima nº 06
Frieda Dória nº 18
Gabriele Ribeiro nº 20
Paola Studart nº 31
Samara Castelo Branco nº 33
Stephanie Ferreira nº 36


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Linus Pauling

                                 Linus Pauling


Linus Pauling segurando modelo de moléculas de água
                     Biografia

Pauling em sua formatura
Linus Carl Pauling, filho de Herman Henry William Pauling e Lucy Isabele Darling, nasceu na cidade de Portland no estado americano do Oregon, no dia 28 de fevereiro de 1901. Seu pai morreu quando ele tinha nove anos.
Começou a se interessar por engenharia química quando frenquentava um laboratório de química na residência de um amigo e depois prosseguiu seus experimentos numa fábrica abandonada perto de onde seu avô trabalhava.
Estudou em escolas públicas do município de Condon e de Portland. Porém como tinha notas baixas em história americana não conseguiu seu diploma de conclusão do ensino médio, vindo a recebê-los 45 anos depois.
Em 1917 entrou na universidade do Estado de Oregon e após 5 anos recebeu seu diploma de Engenheiro Químico. Durante esse tempo Pauling trabalhou num estaleiro naval, como distribuidor de leite e como projeccionista num cinema, ele também foi convidado pela diretoria da universidade para lecionar Análise Quantitativa. Na época que trabalhava como professor ele conheceu Ava Hellen Miller, com quem se casou em 1923 e teve quatro filhos.
Ele fez pós-graduação no California Institute of Technology. E obteve seu doutorado através de suas pesquisas sobre a estrutura dos cristais.
Em 1973 Pauling fundou o Instituto Linus Pauling de Ciências e Medicina, na Califórnia, que realiza investigações sobre micronutrientes, e outras maneiras de prevenir e tratar doenças através da dieta humana.
Faleceu aos 93 anos, em Big Sur (California), por causa de complicações devido a um câncer de próstata.

Em sua fazenda em Big Sur, em meados da década de 80.
                   Contribuições Científicas

Pauling atuou em diversas áreas como: Mecânica Quântica, Química Quântica, Química Inorgânica, Química Orgânica, Bioquímica, Biologia Molecular e Medicina.
Foi pioneiro na aplicação da Mecânica Quântica em Química e, em 1954, ganhou o Nobel de Química por causa do seu trabalho relativo à natureza das ligações químicas. Também efetuou importantes contribuições relativas à determinação da estrutura de proteínas e cristais, sendo considerado um dos fundadores da Biologia Molecular. Durante as suas investigações esteve perto de descobrir a estrutura em hélice dupla do DNA.
Pauling recebeu o Nobel da Paz de 1962, pela sua campanha contra os testes nucleares e é a única personalidade a ter recebido dois Prêmios Nobel não compartilhados. Mais tarde na sua carreira científica, advogou o uso em maiores quantidades, em dietas, de vitamina Coutros nutrientes; afim de generalizar e definir a Medicina Ortomolecular. Para popularizar as suas idéias, análises, pesquisa e visões, Pauling, publicou vários livros de sucesso.


Eletronegatividade e Diagrama de Pauling

Em 1932, Pauling concebeu a noção de eletronegatividade. Utilizando diversas propriedades
das moléculas e a energia necessária para romper as ligações químicas, estabeleceu a escala
de Pauling, que permite prever o sentido crescente de energia dos subníveis de um átomo.




A Escala atribui valores de eletronegatividade aos elementos químicos. Este valor é a
medida da força com que os átomos atraem elétrons de outros átomos, quando ocorre uma
ligação entre suas moléculas.
No diagrama os subníveis são dispostos em ordem crescente de energia, de modo que os elétrons preencham primeiro os subníveis de menor energia para depois irem preenchendo os de maior energia, obedecendo a sequêcia proposta.

Diagrama de Linus Pauling



A Natureza das Ligações Químicas

Na década de 1930, Pauling fez investigações sobre a natureza das ligações químicas e
suas aplicações na determinação da estrutura das substâncias complexas, que levaram,
depois, à edição do seu famoso livro “A Natureza da Ligação Química” (1939). Este livro
é considerado um dos mais importantes trabalhos de química da história, e as
investigações nesta área valeram a Pauling o Nobel de Química de 1954.

Genética molecular

Em 1949, demonstrando que a hemoglobina sofria modificações em pacientes com anemia
falciforme, Pauling publicou na revista Science a primeira prova da relação entre uma doença
humana e uma alteração numa proteína, marcando assim o primeiros passos da genética
molecular.
Hemácias com formato de "foice"

Desde a altura em que Pauling entendeu que a anemia falciforme era uma enfermidade com
bases moleculares, abriram-se as portas para o exame das mutações genéticas a um nível
molecular.



Medicina e vitaminas

Em finais da década de 50, Pauling investigou a ação das enzimas. Em 1965 , descobriu que
as vitaminas podiam ter importantes efeitos bioquímicos no organismo, além da prevenção
de doenças avitaminosas. Pauling publicou na revista Science um artigo cujas idéias
apresentadas constituíram a base da Medicina “Ortomolecularna”, (palavra criada Pauling
que significa molécula certa).
Suas investigações sobre a vitamina C foram fonte de controvérsias. Pauling é responsável
pela disseminação da crença de que altas doses de vitamina C são eficazes contra resfriados
e gripes; ele também alegava que essas altas doses de vitamina retardavam o processo de
envelhecimento e ajudavam no controle de doenças cardíacas, cancerígenas e mentais. 

Com uma laranja e uma molécula da estrutura de alfa hélice das proteínas

Ainda que grande parte da comunidade científica não comungasse com as conclusões de Pauling nas suas investigações médicas a respeito do consumo de vitaminas, a participação dele na polêmica ajudou a redobrar os esforços que outros investigadores dedicaram a este campo, explorando a importância dos micronutrientes na saúde humana.


Vídeo:




Bibliografia consultada

http://www.google.com.br/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Linus_Pauling

http://educacao.uol.com.br/biografias/linus-pauling.jhtm






Equipe \õ/

Ana Cecilia nº 03
Fernanda Almeida nº 14
Fernanda Girão nº 15

Isabella Campos nº 21
Laryssa Guerra nº 25
Vinícius Campos nº 38




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